DIAS DE SOL E CHUVA
Há dias em que a a alegria me pega no colo, me joga para cima e me faz uma criança nos seus braços, com saltos no ar e vento nos cabelos, coração a mil.
Mas também há dias que me bate à porta a tristeza, entra sem muita modéstia, abre a janela da melancolia e sopra-me os ventos passados, abrindo feridas e me abraçando com seu abraço frio e sem graça.
Há dias em que meu peito parece uma praia, cheia de gente, músicas, ondas e gostosa brisa marítima.
Mas há dias em que eu acordo escutando trovões aqui dentro, chove forte, inunda o peito, derruba o barraco e o rio transborda, minhas ruas ficam cheias de lama, sobras e lixo... A barragem da mente transborda, e a vida começa a ir embora nas águas barrentas dos particípios passados, descendo com dificuldade pelo rio do futuro.
Ah, se eu pudesse abrir um guarda chuvas, ou me abrigar para aguardar o sol...
Vem sol, vem sol!!!
Oh chuva, caia bem devagarinho, pois não tenho abrigo seguro, não sou marinheiro, e o barco do meu peito pode naufragar.
Diêgo Feghalli
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